terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cine PET nesta sexta


O filme que estava programado para ser exibido na sexta passada teve sua exibição adiada para esta sexta (03/09). O filme continua sendo o mesmo, Equilibrium de Kurt Wimmer, com a análise filosófica do aluno João Batista Farias Junior. Quem pensou ter perdido a sessão poderá se programar para acompanhar o trabalho desenvolvido pelos alunos do PET Filosofia, que relacionam cinema e filosofia. Boa sessão!

Inscrições para o Curso do MEE


A Universidade Federal do Piauí, através da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação/ Coordenadoria Geral de Pós-Graduação (PRPPG/CGPG), torna pública a abertura de inscrições e a realização de seleção de candidatos ao PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ÉTICA E EPISTEMOLOGIA, em nível de MESTRADO, para o preenchimento de até 19 (dezenove) vagas para a 4ª Turma (Março 2011- Fevereiro 2013) do Curso de Mestrado em Ética e Epistemologia, com início de aulas previsto para o primeiro período letivo de 2011.

As vagas serão abertas ao público em geral e distribuídas, de acordo com a disponibilidade e com os temas de estudo dos docentes/orientadores(as) credenciado(a)s junto ao mestrado, em suas duas Linhas de Pesquisa:
a) Ética e Filosofia Política ........................................ 12 (doze) vagas
b) Epistemologia e Filosofia da Linguagem ........ 07 (sete) vagas

Estão habilitados à inscrição, no processo de seleção, portadores de curso superior de duração plena (Licenciatura ou Bacharelado), reconhecido pelo órgão competente. A inscrição de candidato portador de diploma de curso superior de instituição estrangeira está sujeita à apresentação de documento de revalidação e/ou equivalência fornecido por uma instituição de educação superior do Brasil, autorizada e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).

As inscrições serão realizadas gratuitamente no período de 01 de setembro a 08 de outubro de 2010, na Secretaria do MEE na Universidade Federal do Piauí, ou por correspondência enviada via SEDEX pelo(s) candidato(a)s ou ainda por procurador devidamente legalizado (procuração pública ou particular reconhecida em cartório. A inscrição deverá ser postada até o último dia previsto no cronograma (08/10/2010). O endereço para correspondência é:
Mestrado em Ética e Epistemologia
Universidade Federal do Piauí
Centro de Ciências Humanas e Letras
Campus Min. Petrônio Portela, Bairro Ininga
64.049-550 - Teresina, PI

A ficha de inscrição do candidato(a) não residente em Teresina,PI será enviada pelo correio a partir do dia 11.10.2010 para o endereço nela indicado pelo(a) candidato(a). O(a)s candidato(a)s residente(s) em Teresina,(PI) deverá(ão) retirar a ficha de Inscrição na Secretaria do MEE.

Maiores informações a respeito do processo de seleção poderão também ser obtidas pelo telefone (86) 3237-1134, no site http://www.ufpi.br/eticaepistemologia, pelo e-mail mee@ufpi.edu.br e na Secretaria do Mestrado em Ética e Epistemologia-CCHL/UFPI.

Confira o Edital

http://www.ufpi.br/eticaepistemologia/

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Produção de conhecimento: uma técnica* por Profª Maria Cristina Sparano**

Texto publicado no Informe Econômico , uma publicação do Curso de Economia/UFPI, Ano 11/Nº 23, FEV-MAR-ABR/2010.

O fundamento da experiência de trabalho

Uma da exigências, tanto da graduação em Filosofia como da pós-graduação é a produção de um artigo, um ensaio, um paper de conclusão das atividades didáticas, no qual os alunos devem confeccionar um texto com definição clara do tema tratado, honestidade de referências, articulação apropiada de ideias.

Para a concretização desta tarefa, o problema que o professor enfrenta resume-se a uma pergunta inicial: pode-se ensinar a refletir? E, além disso, pode-se ensinar a escrever aquilo que se pensa e quer, realizando na produção um salto qualitativo que vai da simples associação de ideias, da expressão de emoções para um trabalho objetivo onde aquele que lê ou escuta realmente possa tirar proveito do exposto, isto é, aprender?

Do ponto de vista pedagógico, as vantagens do trabalho de iniciação filosófica para o professor culminaram com a apropriação de duas características do pensamento, à primeira vista muito diferentes e até excludentes: o pensamento abstrato e o concreto, tais quais o pensar - problematizar, elaborar conceitos e argumentar- e o ler e escrever- confrontar opiniões, teses, e concluir com palavras, frases, num discurso coerente, ou seja, racional, apropriado à comunidade dos falantes à qual se dirige o discurso.

Poderíamos aqui levantar algumas premissas importantes da fundamentação deste trabalho prático-teórico, como a de educar uma geração de alunos com excessiva influência da cultura visual. À primeira vista isso pode parecer irrelevante, mas é sabido que o modelo de educação atual tem produzidos poucos efeitos na busca de resultados. O processo convencional de educação está em xeque devido às dificuldades de ajustar a estratégia pedagógica a este novo tipo de estudante que chega às instituições. Mas trata-se verdadeiramente de ajustar, adaptar modelos ou de propor novas estratégias que valorizem a linguagem verbal e escrita não apenas como reflexo do mundo que vemos? Não seria oportuno de tratar de dizer como o vemos, com categorias da racionalidade? Essa é a forma privilegiada da ciência na descrição da realidade: dizer como o mundo é.

Na sociedade atual, oferecer meios de compreender o universo dos falantes é forma prática de "aparelhar" os estudantes para os desafios cotidianos e àqueles de sua futura vida profissional. No processo de trabalho, isso toma a forma de julgamento e de escolha: de textos, de frases, de discursos. Muitas vezes, esta estratégia crítica não é recomendável, dada as ideologias dominantes e seu poder de sedução. Podemos até mesmo dizer que nos dias atuais ela é esmagadora, tal é o poder da mídia e do apelo da imagens. Diante da cultura visual, televisão, outdoors, vitrines, o jovem estudante tem uma dificuldade enorme para o raciocínio abstrato decorrente da leitura, o que comporta uma decodificação menos estimulante e, além da decodificação, dificuldade na atribuição de significados, uma vez que isso já seria uma reconstrução linguística sua.

Perguntamo-nos, então, como suplantar o formato convencional de cisão entre teoria e prática, desenvolvendo a especulação, tão importante na constituição dos saberes, e oferecer condições de pensar sobre as ideias e não apenas sobre fatos. Imaginar soluções toca no princípio mesmo da criação. Sabemos que as ciências positivas, tão em voga no final do século XIX, estabelecidas sobre o mensurável e o experimetável, não são mais tão hegemônicas assim. A avaliação quantitativa foi substituída pela qualitativa, e o processo experimentável, pelo de verificação das premissas que conduziram os experimentos. Assim, o corpo docente tem uma tarefa importante associada a esses objetivos: são responsáveis por desenvolver uma articulação com o objetivo final da produção do texto, estimulando uma visão abrangente e contextualizada.

O ensino fundamental e médio deveria atender os alunos na produção de conhecimento; já processá-los e torná-los abstratos, dando-lhes forma, é o objetivo dessa proposta de trabalho. Para tanto, é aconselhável aproveitar uma característica que os alunos têm de sobra, o raciocínio indutivo. Ao iniciarem a pesquisa, todas as iniciativas são válidas, desde a realização de simples resenhas até o mero levantamento bibliográfico, porém, sempre seguindo o processo de especulação de cada um, até o momento de produzirem justificativas e avaliações sobre o tema pesquisado. Os conceitos são assim apresentados e compreendidos desde que trabalhados na pesquisa. Com isso, busca-se esmero e solidez na formação, assim como a habilidade no uso da linguagem o que produz profissionais com clarea de definições.

A técnica - technè

A origem do termo retoma à filosofia grega, na qual as ideias de belo e bem encontravam materialização na ideia da obra de arte. Para Aristóteles, toda arte tem como característica fazer nascer uma obra buscando os meios técnicos teóricos para criar uma coisa nova, isto é, algo da ordem da categoria do possível, cujo princípio reside na pessoa que a executa e não na obra executada.

A técnica, ela mesma, não é um verdadeiro saber. O verdadeiro artesão não precisa compreender o que faz. Ele deve se contentar em aplicar o que lhe ensinaram. Sua técnica repousa sobre a fidelidade, sobre a confiança na tradição dos saberes, pois está situada entre o conhecimento e a technè, o acaso e o outro. Ele se submete, imita, tateia como um cego, para fazer profissão com a matéria sobre a qual se debruça. O tempo de realização técnica não é uma realidade estável, unificada homogênea; é um tempo ágil de oportunidades. O artesão deve apreciar e julgar o momento em que a situação está madura e jamais abandonar seu trabalho, aconselha Platão.

A obra que um artesão produz não é um objeto natural, assim como não é sua técnica, pois, finalmente, obedece a uma finalidade inteligente; Aristóteles diria, sua causa final. Ela visa no entanto, um efeito, produzir um eidos que pode ser uma casa ou a saúde, por exemplo. A produção supõe, então, uma dinamis da qual a technè é um modo de emprego.

Heidegger coloca uma questão importante quando fala da criação e do trabalho artesanal: no que a criação se diferencia da produção e da fabricação? Como tirar a criação do seu aspecto artesanal? Para Heidegger, a technè, tal como nos ensinaram os gregos, não significa trabalho artesanal, nem artístico, nem técnica no sentido moderno do termo. É um modo de saber, um saber na produção, a eclosão de um aspecto. Saber é ter visto; o que chamamos conhecimento, apreender a presença do presente em termos heideggerianos.

Neste sentido, a produção de um texto bem formado, isto é, bem lido, é obra de um sujeito com seu modo particular de aprender e expressar-se. Que se produzam casas, sapatos, textos ou flautas, há uma bem definida para a qual responde o produto. É a forma que orienta e dirige o trabalho, fixando seus limites e definindo seu contexto. O artesão criador não comanda a natureza ele simplesmente se submete às exigências da forma e se entrega ao trabalho.

Para os alunos, o trabalho formal de produção de um texto deve demonstrar a conduta da reflexão sobre a experiência vivida ou literária, o que pode servi de ponto de partida para uma reflexão original, cuja construção confrontando julgamentos, experiências, outros relatos, poderá levar à compreensão e interpretação da realidade profissional e pessoal.

*Este texto é o resultado de um trabalho realizado com alunos do curso de Psicologia das Faculdades D. Bosco em Curitiba-Pr e, atualmente, com alunos de Iniciação Científica e da disciplina de Iniciação Filisófica do cursos de Filosofia da UFPI.

** Professora do Departamento de Filosofia e do Mestrado em Ética e Epistemologia da UFPI. Doutora em Filosofia/PUC-RS e em Filosofia da Linguagem/Universite de Montréal.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Grupo de Estudo


Grupo de Estudo em Ètica Ambiental:
Semanalmente às 3º (terças-feiras)
Sempre às 09 hrs
Local: PET Filosofia
Contato: Edson, Márcio, Sérgio

Grupo de Estudos em Filosofia da Ciência:
Início: 20/08 às 16 hrs
Coodernado pelo professor Gerson Albuquerque
Mais informações: DEFI

sábado, 21 de agosto de 2010

Publique seu artigo no Cadernos do PET Filosofia


O Cadernos do PET Filosofia abriu chamada de artigos e resenhas para composição do Volume 1 (2010) da revista. O Cadernos do PET Filosofia é uma publicação on line do PET Filosofia da UFPI, de livre acesso, que recebe artigos e resenhas no âmbito da filosofia e também do ensino de filosofia, seja de alunos de graduação, pós-graduação, seja de professores de qualquer IES.

Os artigos podem ser em inglês, português, francês, italiano ou alemão. Para publicar, o interessado deve cadastrar-se e submeter on line o seu trabalho aqui. Cada volume da revista terá 2 números. Anime-se e venha publicar conosco!!

FONTE: http://www.ufpi.br/petfilosofia/materias/index/mostrar/id/2847
CADERNOS DO PET

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cine Olho Mágico: Ciclo mulheres


Desenvolvendo suas tividades o COM (Cine Olho Mágico) promove ciclo temáticos e nesta sexta será iniciado o ciclo mulher, com a exibição do filme Terra Fria (2005/Niki Caro). O filme retrata a luta de uma mulher por melhorias em seu trabalho, uma mina de ferro, tendo que enfrentar problemas como machismo e assédio sexual. Baseados em uma história real o filme é uma ótima opção para um início de noite. Lembrando que as sessões acontecem às 19hrs no auditório da ADUFPI.

CINE PET nesta sexta!


Nesta sexta (20/08/2010) na sala de video 2 do CCHL às 18:00hrs será exibido o filme Equilibrium do diretor Kurt Wimmer. O petiano João Batista Farias Júnior será responsável pela exibição do filme e pela posterior discussão a respeito do mesmo e de questões filosóficas presentes em Equilibrium.

Sinopse:

Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado tolitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a não-obediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozium. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Grupos de estudo


No início de semestre mais grupos de estudo abrem inscrições para novos membros.

Grupo de estudo Wittgenstein:
Coordenado pela Profª Drª Maria Cristina Sparano
Reuniões na sala de estudo do DEFI a partir das 18h
Início dia 23/08
Mais infromações/inscrições: filosofiadewittgenstein@hotmail.com

Grupo de estudo em Epistemologia Analítica Contemporânea:
Coordenado pelo Prof. Dr. Emerson Carlos Valcarenghi
Reuniões sempre às sextas-feiras das 16 às 18h

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

I COLÓQUIO DE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DO NEFI


Dia: 18/06/10
14:30h- Abertura
16h- Conferência: Prof. Dr. Rossano Pecoraro (UFPI): Filosofia, poder e ensino: dois "casos" europeus.
LOCAL: Auditório do CCHL

18h às 21h- Comunicações
LOCAL: Sala de Video Newton Lopes (CCHL)


Dia 19/08/10
18h- Conferência: Prof. Dr. Gonçalo Palácios (UFG): A transhistoricidade do filosofar
LOCAL: Auditório do CCHL

19h- Conferência: Prof. Dr. José Renato de A. Sousa(DEFI/CEAD-UFPI): Educação e aristocracia dos valores na filosofia de Platão e Ortega y Gasset
LOCAL: Auditório do CCHL

DIA 20/08/10
19h- Conferência: Prof. Dr. Filipe Ceppas(UFRJ): "Finitude e aprendizado filosófico".


19 e 20/08- Minicurso:
"Filosofia no ensino médio: metodologia e práticas de ensino"
Ministrante: Prof. Drª. Lídia Maria Rodrigo (FE/UNICAMP)
LOCAL: Auditório CCHL
DURAÇÃO: 6h

Inscrições abertas até: 12 de agosto de 2010
Local: DEFI, PET Filosofia/ UFPI ou pelo email: renatocacto@hotmail.com
Informações: 3215-5786/8846-5183
Taxa de inscrição: R$ 3
Realização: NEFI/NEEH
Apoio: PET-Filosofia

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Matrícula curricular para retardatários


A Universidade Federal do Piauí (UFPI), através da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), autoriza, para o aproveitamento de vagas remanescentes, a MATRÍCULA CURRICULAR dos alunos com matrícula institucional reaberta, em fase de cancelamento, entre 29 de julho a 11 de agosto de 2010, assim como dos que não obtiveram confirmação, no todo ou em parte, das propostas de disciplinas formuladas na fase de matrícula ou no acréscimo, conforme Portaria nº 74/2010, de 06 de agosto de 2010.

Os procedimentos dar-se-ão, ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE, nas Coordenações ou Chefias de Curso no dia 12 de agosto, através do Sistema Acadêmico.


FONTE: http://www.ufpi.br/index.php

Política o que é isso? Por Paulo Ghiraldelli


Dizia meu avô que a política é “a arte de engolir sapos”. Nem a ciência política nem a filosofia política conseguiram uma melhor definição. Podemos comer rãs. Os que são diferentes de mim, os carnívoros, podem achar a carne da rã saborosa. Mas, sapo, nem pensar, ele é venenoso. Portanto, “a arte de engolir sapos” não é fácil. Pode-se, com ela, ficar intoxicado rapidamente e morrer. Desse modo, a definição que meu avô gostava já dizia tudo sobre a política, ou seja, é uma arte perigosa, letal. Meu avô, ele próprio, experimentou essa definição. Ele morreu na política e exatamente por ter engolido sapo.

Dizem que a política e a guerra em tempos de paz. Pode ser. Pois, como a guerra, ela também mata. Ela exige aquilo que nós, os bípedes sem penas, achamos que é da nossa natureza, ou seja, a paciência e a conversação a fim que aquilo que se quer alcançar seja negociado, administrado estrategicamente e, então, obtido com o menor número de desgaste energético possível. Tudo isso parece ameno. Mas não é. A política é a brutalidade da paz. Mesmo quem convence e vence acaba pagando um preço, engole seus sapos e, portanto, nunca tem uma vitória absoluta. Um pouco de toxinas sempre são absorvidas. Elas podem ser acumuladas de vitória em vitória e, um dia, aquele que só venceu na política, morre dela. Morre de tanto vencer. A política é “a arte de engolir sapos” não só para um lado, mas para todos os lados envolvidos no que se está disputando.

O que se quer na política é o poder. O poder substantivo e o poder verbo. Encaminhar o bom governo de uma sociedade – eis a política. Mas, no desenvolver desse bom governo, ou seja, no comando do poder que implica no poder fazer, tudo tem seu jogo de forças, sua negociação, suas idas e vindas. Engole-se sapo de todos os lados. Às vezes todos os lados engolem tanto sapo que o poder fica vazio, ninguém entre os disputantes sobra para abraçar o poder e exercer o poder. Todos perecem intoxicados de veneno de sapo por todos os poros. Morrem.

Meu avô entrou em uma negociação política. Seu grupo havia perdido as eleições de sua cidade. Os novos mandatários, uma vez na prefeitura da cidade, queriam o comando do hospital municipal. No hospital havia os médicos que há muito tempo lá estavam, verdadeiros heróis. Iriam perder suas clínicas dentro do hospital. Meu avô entrou na negociação política, intermediando os desejos vindos de vencedores e vencidos. Esteve lá, entre o novo prefeito e os médicos. Mas ele próprio havia sido vencido. Sua condição de negociador, eternamente posta na cidade como um trunfo da própria cidade, estava enfraquecida. Ainda assim ele comandou a negociação. No meio da reunião, ele teve uma hérnia estourada. Segurou a hérnia com a mão e procurou suportar a dor. Manteve-se ali na reunião, até o final, seis horas depois. Conseguiu seu intento na negociação, mas, no dia seguinte, morreu de enfarto. O sapo foi grande demais. Pagou com vida aquela eleição de 1975 para 1976. A política é a barbárie civilizada. É a guerra brutal em tempos de paz.

Pensar politicamente é, portanto, pensar em como guerrear sem dar tiros e, sim, empurrando sapos goela abaixo do adversário que, enfim, é visto como aquele que quer o poder substantivo e o poder verbo de modo absoluto. Ao mesmo tempo, nessa batalha, o que se deve fazer é saber engolir sapos de modo a poder cuspi-los quando o veneno acusar perigo. Mas, isso é difícil.

Não há vencedores na política, quando observamos os contendores imediatos. Vence na política os que usufruem dos benefícios do poder fazer após o bom governo se efetivar. Vence o grupo maior, o terceiro grupo que é, enfim, a população, que recebe os benefícios da administração da cidade, o bom governo. Os envolvidos diretamente com a conquista do poder substantivo a fim de empurrar as coisas por meio do poder verbo, não vencem nunca. Dos dois lados, os envolvidos diretamente, só perdem. Pois não se faz o outro engolir sapos sem também engolir a sua quantidade. Ao final, os dois lados estão envenenados. A política é a guerra da paz, a guerra lenta, surda. É o consumo dos sapos que vão soltando os seus venenos pelo estômago e pelo intestino, contaminando todos os corpos dos contendores. Sapos são altamente venenosos.

Pensar politicamente é pensar em função de ter o poder substantivo para ficar com o poder verbo. É pensar em como engolir menos sapos do que aqueles que se pode fazer o adversário engolir. Todo grande político sabe muito bem que a política é isso. Portanto, todo grande político sabe que não sairá vivo da política. Eis a razão pela qual a política e a guerra se casam, uma é a extensão da outra. A diferença é que na guerra morrem os que não fazem política, enquanto na política sofrem todos, às vezes, mas morrer, mesmo, só os políticos. Não há grande político que não saiba que ele irá perder a vida, cedo ou tarde, por conta dos sapos.

Só escapa de engolir sapos, entre os grandes políticos, aquele que, em determinado momento, opta pela guerra, ou a guerra do outro ou a sua própria guerra. Esse político morre na guerra. Ele toma a morte nas mãos, opta por morrer com data marcada. Os que optam só pela política, morrem sem saber quando vão morrer, pois os sapos não dizem exatamente quando a taxa de veneno será a fatal.

A política é a negociação associada ao pensamento estratégico em função do governo da cidade que, enfim, deve ser o bom governo. Portanto, pensar politicamente é pensar em termos de como encaminhar melhor uma negociação para que, ao final, tudo culmine no bom governo. O alvo é o poder substantivo e o poder verbo.

Pensar politicamente é pensar a negociação como um dispêndio de energia inevitável. É a morte inevitável. Pois essa energia é calculada pelo número de sapos que é possível de ser ingerido e, também, pelo número de sapos que se pode fazer o outro ingerir em um determinado espaço de tempo. A política é “a arte de engolir sapo” porque ela é a atividade da contrariedade. Quem não pode ser contrariado não pode pensar politicamente e não pode fazer política – não deve. A política só cai como luva para aqueles cujas mãos são do tamanho das luvas, ou seja, para quem se ajusta no tempo e no espaço para engolir sapos. Quem tem estômago fraco, não faz política.

Quando que alguém não pensa politicamente? Quando alguém faz política sem pensar politicamente? Quando se quer o poder substantivo em função de ser ter o poder verbo sem querer engolir sapo. Pensar politicamente é pensar com a garganta. É necessário saber engolir sapo e saber expelir. É necessário saber o que se suporta de contrariedade, se há como fazer o adversário engolir mais sapos ainda e ter uma boa visão do quanto ele suportará isso. Quem sabe isso, já está na metade do caminho de ser exímio engolidor de sapos, grande fazedor de política, hábil na capacidade de pensar politicamente.

Pensar sociologicamente é pensar a partir da perspectiva da sociedade. Pensar filosoficamente é pensar a partir da perspectiva da razão. Pensar politicamente é pensar a partir da racionalidade instrumental associada ao tanto de sapo que se pode colocar no estômago. Pensar politicamente não é pensar pacienciosamente. É pensar pacienciosamente quando se tem de pensar pacienciosamente. Mas é ser intempestivo quando se tem de sê-lo. Ou seja, a política é arte – arte de engolir sapos. Não é engolir sapos, simplesmente. É a arte de assim fazer. Não se trata de tragar para dentro tudo que é sapo. Trata-se de pegar os sapos e abrir espaço para que adversários também venha a engolir os seus. A política é um toma-lá-da-cá – de sapos!

O jogo de “dar e fornecer razões” tem a ver com as justificativas que estão no âmbito da filosofia e da sociologia. O jogo de “dar e fornecer razões” não pertence à política. Na política troca-se o jogo, pois tudo gira em torno de sonegar razões e dar não-razões quando se tem força para tal, ou seja, quando se pode fazer o outro engolir o sapo. Pensar politicamente, nesse caso, é saber entrar em um jogo de forças não para estourar com ele, mas para ficar nele. O melhor político é o que pensa politicamente, ou seja, o que fica no jogo político porque seu pensamento se desenvolve naturalmente no tempo desse jogo que, para outro, seria sufocante. Entra-se nisso para ficar. O que pensa politicamente nunca pensa em sair do jogo. Não poderia mais viver sem o veneno que consome diariamente, vindo dos sapos. Quem pensa politicamente está sempre viciado na política. Pois, antes de matar, o veneno vicia. O veneno do sapo é um tipo de droga. Pode ser uma droga alucinógena.

A alucinação que essa droga provoca é necessária, pois é a alucinação de que podemos nos entender na obtenção do bom governo. Sem essa alucinação, somos bem piores.

© 2010 Paulo Ghiraldelli Jr. filósofo, escritor e professor da UFRRJ

FONTE: http://ghiraldelli.pro.br/

CONFERÊNCIA SOBRE SAÚDE MENTAL JUVENIL


O NUPEC e o Departamento de Serviço Social da UFPI realizarão nesta teça-feira (10 de agosto), às 16h, no auditório do CCHL a conferência de abertura do "Projeto Ninho: cuidados em Saúde Mental Juvenil". O Tema da conferência é "O mal estar da civilização e saúde mental no centenário pós Freud", e será ministrado pelo Prof° Msc. Francisco Passos, do Departamento de Medicina Comunitária da UFPI.

A Profª Lila Luz, coordenadora do NUPEC, afirma que o Projeto Ninho tem como objetivo sensibilizar a comunidade para os problemas decorrentes dos sofrimentos psíquicos entre os jovens, através de atividades que ela denomina como atividades de sensibilização. Essas atividades são compostas por palestras, mostras de cinema, oficinas e terapias integrativas.

O NUPEC informa ainda que nos dias 26 e 27 de agosto haverá um curso de sensibilização, para orientar a comunidade que tem ou convive com sofrimento psíquico a identificar esses problemas e procurar ajuda especializada.

Para mais informações ligue:

NUPEC: 3215-5796 ou Departamento de Serviço Social: 3215-5785

FONTE: http://www.ufpi.br/index.php


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Grupo de Estudo em Técnica e Niilismo


Estam abertas as inscrições para os interessados a participarem das reuniões do Grupo de Estudo em Técnica e Niilismo coordenado pelo Prof. Dr. Rossano Pecoraro. Neste semestre serão discutidos e lidos textos a cerca de questões da biotecnociência e do poder e política dos corpos.
Inscrições até 16/08
Mais informações pelo email: filosofidatecnica@hotmail.com

Reuniões às quintas-feiras às 18h
LOCAL: Sala 314 do MEE (Mestrado de Ética e Epistemologia)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

7ª Remessa das carteiras de estudante

As carteiras podem ser confeccionado durante todo este ano, se você ainda não "usufrui" da meia entrada pode solicitar no centro acadêmico os formulários.

1. Jordania Raquel Alves Gomes
2. Lenise Moura Fé de Almeida
3. Epitácio Gomes da Silva Neto
4. Anderson Carlos Silva Santos

CINE PET: PERSÉPOLIS


O PET Filosofia e GDE em cinema e filosofia apresentam:
Liberdade e facticidade: uma apreciação do filme Persépolis a partir da filosofia de Sartre.
O filme tratada da vida de uma jovem iraniana, que aos oito anos sonhava em ser uma profetisa do futuro mpara salvar o mundo, e se vê envolta das transformações sociais e políticas de seu país juntamente com as suas própias.

DIA: 06/08/10 (sexta- feira)
LOCAL: SALA DE VIDEO II
horário: 14h