segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Retomado as exibições do CINE PET, 2011.2


As rodadas de cinema do CINE PET prometem novas exibições para o período de 2011.2. Confira a programação:

12/10 – O senhor das moscas

19/10 – Weekend à francesa

02/09 - Morangos Silvestres

16/09 – Admirável mundo novo

30/09 – O show de Truman

21/10 - Amistad

04/10 – (a definir)


As salas de exibição estão ainda por se definir, para mais informações:

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Café Filosófico no EaD de Água Branca, Alegrete do Piauí e Picos




O Café Filosófico é uma modo de discutir filosoficamente assuntos de uma importância cotidiana de forma descontraída. O ensino de filosofia no Piauí amplia e se mostra, ainda que precariamente, em diferentes regiões. Com o objetivo de fomentar e dá aos próprios profissionais o direcionamento da Filosofia em suas cidades atividades são realizadas, para de alguma forma despertar um estímulo. Serão realizados em Água Branca, Alegrete do Piauí e Picos palestras no Café Filosófico para o Curso de Filosofia - Modalidade EaD. A palestra do Prof. Luizir de Oliveira foi "A concepção de felicidade em Sêneca" e do Prof. Jorge Adriano Lubenow foi "A crítica da cultura a partir de Adorno".

O menino dos cartuchos por Paulo Ghiraldelli


Durante o final de semana em que ocorreu a invasão dos locais onde estariam os traficantes do Rio, a única imagem de TV realmente digna do nome de jornalismo, entre todos os canais, foi a do menino sem camisa, descalço, catando cartucho no chão da favela não para brincar – o que já seria trágico – mas para vender no ferro velho. Sem dúvida, essa imagem não era para ser mostrada. Passou despercebida por algum editor, junto com o material de reportagem de um jornalista e de um cinegrafista que, contra a onda, ainda resolveram mostrar antes a realidade que a pseudo guerra entre mocinhos e bandidos que todo mundo mostrou.

Na figura do menino, estava a essência da favela e a base do que foi o tráfego na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, e do que ele voltará a ser, senão ali, em algum lugar perto. Ao contrário do que mostra a TV, não é o consumidor que cria o tráfego e o crime, nem mesmo é o traficante. O que cria o tráfego é o fato da droga ser ilegal e, junto disso, a causa que leva aquele menino a estar ali, procurando resto de bala para vender: falta de oportunidade na vida, inexistência de empregos competitivos e a falta de escola que tenham bons professores e que sejam atrativas,. Carência completa de assistência à infância.

No discurso oficial, o que se tem é agradecimento e mais agradecimento. A população dos locais invadidos do Rio, por apoiar a polícia, agora é louvada. A polícia e a Marinha são louvados. O BOPE é agradecido por proporcionar o “Elite da Tropa 3 ao vivo”. As imagens com gente das favelas pedindo paz viram passaporte para o Céu, na ânsia que os empresários e políticos do Rio de Janeiro têm de não comprometer os investimentos que já começaram para as Olimpíadas e Copa do Mundo. Mas, o menino sem camisa, sujinho, que vai levar para o ferro velho o resto das balas, não dá prestígio para ninguém. Pobre é bom aparecer na TV louvando o Estado, não reivindicando e muito menos mostrando em que pontos o Estado ainda falha e os cantos em que governo não dá a atenção devida. Pobre é bom quando é mostrado pendurado no telefone e dedando às vezes seus próprios parentes para a polícia.

O menino disse ao repórter que poderia ganhar talvez de cinco a vinte reais com os cartuchos. Deve ter levado um pouco mais de uma hora para catar aquilo. Portanto, tiraria bem menos que o tráfico lhe pagaria para transportar a droga. Tiraria mais ou menos o preço do “boquete” na rua, feita por prostitutas semi-profissionais. Todavia, sua perspectiva de ganho é bem maior do que uma professora, pois esta recebe em torno de sete reais a hora de aula – é isso que o Brasil paga para quem trabalha na escola pública. Quem iria dar aula na favela por sete reais? Alguns abnegados e, certamente, a escória daqueles que, de algum modo, conseguiram um diploma de professor.

A realidade do Rio de Janeiro não é diferente da de outras cidades. Aliás, o Rio nem é mais violento que outras capitais. Mas, quem faria um filme em Vitória ou Teresina? É preferível fazer no Rio. Tiros perto da praia e nos complexos de favela são filmes que podem concorrer ao Oscar. Não estou dizendo que “Tropa de Elite 2” é um filme mistificador, “meramente comercial”. Ao contrário. É um filme altamente esclarecedor e verdadeiro, assim como o livro Elite da Tropa. Todavia, as imagens desse tipo de filme e da TV preferem o cenário do Rio, ainda que o Brasil esteja, por inteiro, carunchado antes pela corrupção de órgãos estatais – e a polícia é um desses órgãos – que realmente infestado de bandidos. O filme mostra o que tem de mostrar corretamente. Mas, o cenário é realmente comercial. Caso exista uma espetáculo que ganhou passaporte para ser apresentado, é o da “guerra contra o tráfico”. É a parte não importante do filme e, enfim, é a parte que a TV mostrou no final da semana – nas ruas. É o que dá mais “ibope”.

O interessante seria ver, daqui a um mês exatamente, o governador do Rio vir à TV para dizer que, junto com as tais agora tão famosas e salvadoras UPPs, os lugares “recuperados pelo Estado” terão frentes de empregos competitivos e boas escolas, e que os professores dali terão maiores salários que em qualquer outro lugar, relacionados a um aumento salarial geral significativo. Seria interessante, junto disso, ver o governador anunciar também a ampliação dos salários dos policiais e, enfim, dizer seus planos a respeito de uma triagem dos bons e dos corruptos. Seria interessante ver o governo Federal, junto, falar a respeito da impunidade em relação aos políticos envolvidos nos esquemas de segurança que lucram por serem responsáveis antes pelo deslocamento do tráfico do que pela solução do problema. Aí sim estaríamos realmente usando da motivação da Copa e das Olimpíadas para um rumo certo. Esse tipo de ação mostraria um governo, no plano estadual e federal, disposto a fazer justiça ao que há de humano na favela, espelhado no menino sem camisa que virou uma ponta nas reportagens.

Agora, o resto, a briga de mocinho e bandido regado por demagogias de plantão que assisti neste final de semana em discursos oficiais, todos nós podemos dispensar. Afinal, é isso que é a verdadeira droga – é esta que realmente vicia e desencaminha a sociedade.

© 2010 Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eleições CAFIL 2010/2011


Nos dias 23 e 24 (terça e quarta-feira) serão realizadas as eleições para a nova gestão CAFIL 2010/2011. Abertura da urna acontece a partir das 09h na Praça de Filosofia-CCHL. O pleito é disputado por uma única chapa: Agir pelo logos da Filosofia. Entre uma aula e outra, antes do almoço ou da ida para casa procure seu nome na lista de matriculados e vote!

Seleção de professores de Filosofia para Universidade Aberta


A Coordenação do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Aberta do Piauí - UAPI torna público, aos interessados, que estão abertas as inscrições ao Processo de Seleção para contratação de professores tutores, presenciais e a distância, conforme Edital 01/2010.

A inscrição para tutor a distância deve ser feita pessoalmente na Secretaria do Curso de Licenciatura em Filosofia do CEAD, situado na Rua Olavo Bilac nº 1148 - Praça Saraiva - Centro - CEP 64.001-280 - Teresina - PI. A inscrição para tutor presencial pode ser feita nos Pólos de União e Piripiri.

São 6 vagas para tutor presencial e 10 vagas para tutor a distância (destas 10 vagas, 4 são imediatas e 6 são para cadastro de reserva). As cidades e as respectivas vagas são:

- Avelino Lopes (2 vagas para tutor a distância e 1 vaga para tutor presencial)
- Luzilândia (2 vagas para tutor a distância e 1 vagas para tutor presencial)
- Piripiri (1 vaga para tutor presencial)
- União (1 vaga para tutor presencial)
- Jaicós (1 vaga para tutor presencial)
- Oeiras (1 vaga para tutor presencial)

Período das inscrições: de 16 de novembro a 06 de dezembro de 2010, no horário das 08h30min às 11h30min.


Para abrir o Edital, clique aqui.


FONTE: http://www.ufpi.br/

domingo, 21 de novembro de 2010

Paralisações na França por Marlon Miguel*


A França viveu nas últimas semanas uma série de protestos, mobilizações e greves com o anúncio do governo de passar a aposentadoria de 60 para 62 anos. Desse movimento, integrado por diferentes classes sociais e as mais diversas faixas etárias, uma série de questões emergiram. Questões que têm problematizado a estrutura social do trabalho e a exploração capitalista aliada à onda de reformas liberais. As reivindicações iniciais lançaram assim uma nova série de outras reivindicações, abriram espaço a reflexões e análises da conjuntura em diversos setores diferentes que, por fim, revelaram abusos e explorações bastante sérias.

Nesse quadro vimos aparecer nas últimas semanas um debate sobre a condição dos chamados précaire, os trabalhadores com contratos de curta duração (CDD, contrat à durée déterminée). A prática de CDDs na França aumentou
Francaexcessivamente na última década e refletem o avanço de uma política econômica neoliberal, na qual os trabalhadores não possuem direitos trabalhistas plenos e se encontram em situações precárias por vários anos. Em princípio, os CDDs seriam destinados a tarefas definidas, por uma razão específica e por uma duração máxima de 36 meses – necessidade de se cumprir uma tarefa determinada em uma empresa que não possui um funcionário qualificado para aquela função e/ou ligada à substituição temporária de um funcionário doente ou em licença, por exemplo. O que vemos hoje, entretanto, é um alargamento e um uso excessivo dessa prática, de modo que empresas mantêm por vários anos funcionários nessa situação.

Essa modalidade de contrato, em que o trabalhador não tem a menor segurança, nem acesso pleno a seus direitos, é compreensível dentro da lógica de uma empresa capitalista. Trata-se da exploração máxima da mão de obra, sem o prejuízo que representa contratar de verdade um funcionário. Para a segurança do funcionário, no entanto, a lei prevê que, se um trabalhador assina diversos contratos de duração determinada ao longo de seis anos com um mesmo empregador, então este deve conceder ao primeiro um CDI (contrat à durée indéterminée, contrato sem duração determinada a direitos plenos). Consequência evidente, visto que nesse caso o empregado não cumpre mais uma função extra ou de substituição, mas é necessário para a empresa.

Toda essa lógica de exploração da mão de obra é, do ponto de vista ético, extremamente problemática, mas ela se tornou motivo de escândalo ao ser constatado que ela vem sendo praticada pelas próprias instituições do Estado. É o caso da prestigiosa École Normale Supérieure (ENS), que se tornou o palco de uma verdadeira guerra política ao longo das últimas duas semanas. Descobriu-se que diversos funcionários possuem CDDs de três meses sendo renovados há mais de seis anos, alguns há mais de dez anos, e com salários congelados a 1.100 euros (o salário mínimo na França estando em torno de 1.350 euros). São funcionários da cantina, biblioteca, jardinagem, secretarias, etc. que possuem problemas como aluguel de apartamentos e regularização de seguro-saúde, visto que não possuem verdadeiros contratos e salários. A isso tudo se adiciona que diversos funcionários, por estarem em CDD, não são remunerados durante as férias escolares.

A ENS é uma instituição pública, gerada por pessoas ligadas ao Estado, e que tem como objetivo formar a elite intelectual e política francesa. Os alunos, após passarem por um concurso público extremamente disputado, assinam um contrato com o Estado e se tornam funcionários. Jovens então na faixa de 20 anos ganham um salário em torno de 1400 euros e conquistam um futuro bastante certo. A diferença gritante no seio da instituição levou a uma reflexão e movimentação intensa e indignada por parte dos alunos e funcionários em situação precária. O movimento, sobretudo por parte dos alunos, reivindica o fim de CDDs e aumento dos salários de todos os funcionários para, no mínimo, o mesmo valor do deles. Os empregados precários se juntam pouco a pouco ao movimento, mas ainda são minoria ativa, visto que ao fazerem greve não são pagos o equivalente a cada dia sem trabalhar e têm medo de represálias por parte da direção visto que em CDD eles podem ser demitidos a qualquer momento.

A estratégia encontrada pelos estudantes foi então de bloquear as áreas de trabalho dos empregados de maneira que estes não possam trabalhar, mas que isso não possa ser enquadrado enquanto greve . Desse modo, os empregados podem participar dos debates, das assembleias gerais e das lutas sem perderem parte do salário e sem poderem realmente ser punidos.

A direção, por sua vez, responde de maneira brutal e evita o diálogo. Além do argumento da falta de verba, a direção afirma não poder fazer nada, visto que ela possuiria um número limitado de vagas para funcionários e que estes só poderiam se tornar funcionários públicos se passassem por um concurso. Como a prioridade da escola é empregar alunos e professores, não sobrariam vagas para as outras funções. Assim, por causa desse limite de vagas, a escola estaria no direito de empregar em CDD os demais empregados. O argumento é sem dúvida absurdo e bate de frente com o direito europeu, o que agora sendo levado a debate poderia causar sérios problemas à instituição e ao Estado francês como um todo. Se antes as reivindicações silenciosas dos empregados face à direção eram suprimidas pelo argumento de que essas condições de emprego são melhores do que nada e que outros, desempregados, tomariam felizes esses postos; a estratégia agora da direção se tornou a repressão. Faltando pouco tempo para uma nova eleição da direção da escola, a atual diretora Monique Canto-Sperber só deseja abafar toda essa história.

A estratégia de repressão consiste na ameaça da abertura de processos contra diversos alunos, acusando-os de desordem e depredação, e mesmo do afastamento de alguns. Além disso, instaurou-se, desde a semana passada, um estado policial de controle na escola. A direção se beneficiou do alerta vermelho e estado de emergência nacional, por conta do medo de um ataque terrorista, e pôde contratar um número assustador de vigias particulares que rondam a escola, controlam a entrada e saída de pessoas, obrigando todos a abrirem suas bolsas e mesmo impedindo alguns de entrarem. Dezenas de vigias, contratados em agências particulares de segurança, permanecem 24 horas por dias em ação o que leva a crer que o argumento de falta de verba não poderia ser tão sério assim. Além desses seguranças, descobriu-se que existem policiais à paisana rondando a escola, de forma que consigam pegar em flagrante alunos em atividade.

Essa resposta não é surpreendente em uma França que tem se valido constantemente da força para reprimir sobretudo os movimentos estudantis nos últimos anos. Mas, visto a emergência da situação, a atividade dos estudantes deve continuar. O movimento começa a ganhar forças junto a outras universidades, junto à mídia e ganhou essa semana o apoio também de diversos professores. Tudo leva a crer que uma verdadeira guerra política vai se travar nas próximas semanas. Está previsto para essa 2a feira, 15 de novembro, às 15h, uma reunião de discussão dos caminhos a se tomar, seguida de uma grande concentração de pessoas em frente à escola. Além disso, um jornal de mobilização, o BLOcage, já ganhou duas edições para difundir as informações do movimento, e uma caixa solidária de greve foi criada, de modo que os funcionários em greve sejam reembolsados por essa caixa.

Esse movimento, nascido de indignação por parte dos estudantes, funcionários e agora professores é sem dúvida uma luta pela reforma dos direitos. Mas trata-se também de colocar em questão a própria engrenagem capitalista e liberal. Com um aumento crescente do desemprego na Europa, é cada vez mais fácil criar uma massa de sub-empregados, de pessoas que trabalham como funcionários, mas sem os direitos de um. A exploração máxima de mão de obra e a criação de classes de um lado uma elite bem servida, usufruindo de plenos direitos e privilégios e, do outro, uma explorada, destinada a servir à primeira traz à cena a urgência de buscar soluções realmente radicais. Além disso, o surgimento de uma tal resistência e de uma organização rápida e efetiva por parte de todos serve de sinal para o resto do mundo: sinal de que as injustiças não podem passar impunemente e que é nessa tomada de consciência por parte do povo que a democracia se realiza.

*Carioca, estuda pós-graduação em Filosofia na
École Normale Supérieure, em Paris, desde 2008.

Inscrições XXVII ENEFIL: prazos e preços


Começou no dia 11 de novembro a serem realizadas as inscrições para o XXVII ENEFIL. Organize-se para acompanhar os prazos do valores e economizar!

Inscrições feitas:

de 11/10/2010 à 20/12/2010 - R$ 50,00
de 21/12/2010 à 10/01/2011 – R$ 60,00
de 11/01/2011 até a recepção e credenciamento (16 e 17/01/2011) – R$ 70,00

A inscrição no ENEFIL garantirá o alojamento e a vantagem de alimentação ofertada pelo valor diário de R$ 1,54 (almoço/ janta) no refeitório da Universidade.


OBSERVAÇÃO

Das inscrições:

Para os que não necessitarem do alojamento, o estudante colaborará com a inscrição em metade do valor, seguindo as datas de depósitos. Por exemplo:

  • de 11/10/2010 à 20/12/2010 - R$ 25,00
  • de 21/12/2010 à 10/01/2011 – R$ 30,00
  • de 11/01/2011 até a recepção e credenciamento (16 e 17/01/2011) – R$ 35,00

O pagamento das inscrições do ENEFIL deve ser realizado como depósito "identificado" na seguinte conta.

TITULAR: ARTHUR BISPO DE OLIVEIRA
BANCO DO BRASIL
AGÊNCIA: 0092-2
CONTA: 23.830-9
TITULAR: ARTHUR BISPO DE OLIVEIRA


Para validar sua inscrição, o comprovante de depósito/transferência deverá ser apresentado no ato do credenciamento.

Os participantes do encontro deveram preencher também um formulário de inscrição que está disponível online (no site do evento: www.enefilrio2011.blogspot.com) e nos enviar pelo email: enefilrio2011@gmail.com